CAVIDA conclui os módulos do XI Curso de Capacitação
CAVIDA conclui os módulos do XI Curso de Capacitação
A psiquiatra Maria José fala sobre autolesão
Psicóloga Ana Carolina fala sobre psicanálise e suicídio.
Setembro
O Centro de Promoção à Saúde, Educação e Amor à Vida (CAVIDA) concluiu no último sábado, 14, as discussões dos assuntos que foram planejados durante todo o curso, que teve início em maio deste ano.
O primeiro módulo foi discutido um assunto bastante atual e presente no atendimento clínico que é a autolesão ou autoagressão, principalmente entre jovens. Para discutir o assunto foi convidada a médica Maria José Custódio dos Santos, formada pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), psiquiatra pela Faculdade Estácio de Sá, Bahia, psiquiatra do CAPS II de Palmeira dos Índios e também especialista em pediatria.
Ela destacou que acometem o ato pessoas na faixa etária entre 12 a 26 anos que apresentam sentimentos intensos de raiva, baixa autoestima, desesperança. Segundo ela, seria uma maneira de reduzir a tensão ou sentimentos negativos, uma maneira de resolver dificuldades interpessoais.
Essas pessoas apresentam sentimentos de autopunição por supostos erros. “Na verdade, com o ato elas fazem um “pedido de ajuda”. Segundo Maria José alguns pacientes veem a autolesão como uma atividade “positiva” e, portanto, tendem a não procurar e nem aceitar aconselhamento ou atendimento psicológico e nem psiquiátrico.
Comentou que a autolesão não suicida é muitas vezes acompanhada de outros transtornos, especialmente Transtorno de Personalidade Borderline, Transtorno de Estresse pós-traumático, Transtorno de Personalidade antissocial, Transtornos Alimentares, Depressão, Ansiedade e Abuso de Álcool.
Psicanálise
Foi discutido, também, sobre o que a psicanálise pode apresentar sobre o tema suicídio. Para isso foi convidada a psicóloga Ana Carolina do Rosário Correia, formada pela Universidade Federal de Alagoas e com formação em Psicoterapia da Criança e do Adolescente pelo Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem – CPPL mestra em Psicologia pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL (2018), além de integrante do Grupo de Pesquisa Psicanálise, Clínica e Contemporaneidade (IP/UFAL).
Segundo ela, o tratamento “é uma clínica sem demanda, sem sintoma e em desejo.” É uma “convocação constante a esse sujeito: convocá-lo a continuar vindo a cada nova sessão; a narrar sua própria história; a falar sobre seu sofrimento e assim quem sabe ressignificá-lo.
Citou as ideias de Freud e de Lacan sobre o tema angustia/depressão e as contribuições teóricas do tema para humanidade, especialmente agora em que a população está mergulhada numa espécie de depressão coletiva.
Disse que a “cura passa pela possibilidade de o sujeito falar dessa angústia, ou seja, pela tentativa de trazê-la para a dimensão simbólica da linguagem, da palavra.
No final dos dois módulos houve interação com perguntas sobre os dois temas.
PROGRAMAÇÃO
11/05 – Introdução ao comportamento suicida / Como identificar e intervir.
25/05 – Transtornos mentais / O atendimento emergencial.
08/06 – Comportamento suicida nas diversas fases do desenvolvimento humano.
22/06 – Espiritualidade, Religiosidade e o suicídio / Meios de comunicação e suicídio.
06/07 – Estratégias de Prevenção a Posvenção.
20/07 – Preparando a família para lidar / Alienação Parental e Suicídio
10/08 – Acolhimento no atendimento de risco.
24/08 – Construção de intervenções para o setembro amarelo.
14/09 – O manejo clínico nas diversas abordagens.
28/09 – Seminários de conclusão.